Uma história
verídica sobre um acontecimento ocorrido há mais de 20 anos ainda circula entre
fisiculturistas em ginásios por todo o país. A história é sobre uma façanha de
força, estamina e motivação tão rara que
aqueles que lá estiveram falam dela com um sentimento de admiração reverencial,
tanto que assumiu um estatuto quase mítico.
Parece
que pouco antes do concurso Mr. America da AAU de 1971, Arthur Jones
supervisionava pessoalmente os treinos de Casey Viator. Como o complexo da
Nautilus foi graciosamente aberto aos visitantes, uma reunião de
fisiculturistas de todo o país estava lá para assistir Jones colocar Casey em
seu último treino de coxas antes da competição.
Como
Jones e outros me disseram depois, Casey lançou seu treino para coxas naquele dia
realizando 25 repetições ininterruptas até a falha no leg press com 750 libras
(poucas gramas a mais que 340 Kg). Então, praticamente sem descanso, Casey
pulou em uma máquina de extensão de pernas e realizou 22 repetições com toda a
pilha de 220 libras (quase 100 Kg).
Naquela
ocasião, a pulsação de Casey ultrapassava 200 batimentos por minuto e sua
respiração era uma falta contínua de ar. Mas esse não foi o fim do trabalho
hercúleo de Casey naquele dia. Na conclusão das extensões de perna, que também
foram levadas a um ponto de falha muscular momentânea, Casey procedeu
imediatamente ao agachamento com 505 libras (quase 230 Kg) por 12 repetições.
E, como Jones gostava de salientar, não eram apenas agachamentos completos, mas
"com a bunda até o chão!".
O
que mais Casey fez pelo quadríceps naquele dia? Certamente você está brincando!
Ele não executou mais exercício para eles naquele dia, não apenas porque ele
não deveria, mas porque ele não poderia.
Os “neófitos”
podem apreciar melhor o quão extraordinário foi o feito de Casey quando comparado com o que Sergio Oliva, Mr. Olympia
e considerado por muitos o maior fisiculturista na história, fez ou deixou de
fazer, quando foi submetido ao mesmo treino de coxa algum tempo depois, no
centro de treinamento Nautilus. Tendo realizado menos repetições com menos peso
no Leg Press e na Leg Extension, no momento em que Sergio cambaleou lentamente
para o agachamento, que estava carregado com 315 libras (quase 143 Kg), ele
estava tão exausto que quando começou a dobrar seus joelhos no início de sua
primeira repetição, os ajudantes tiveram que devolver a barra às prateleiras
enquanto Sergio desabava no chão. Ele foi capaz de continuar e completar uma
série de agachamentos somente depois de descansar alguns minutos e o peso ter
sido reduzido para 135 libras (pouco mais de 61 Kg).
Embora
seja verdade que o treino de alta intensidade é muito mais breve do que o
treino tradicional de várias séries, a severidade do esforço envolvido é muito
maior e, portanto, requer um nível mais elevado de motivação. Um fisiculturista
saudável e bem condicionado é capaz de fazer um esforço total praticamente a
qualquer momento. Contudo, devido à magnitude da exigência física, a mente normalmente
hesitará, a menos que conceba uma razão convincente para envolver o corpo em
tal esforço.
*
* *
Se
você é um fisiculturista típico, não se desespere porque ocasionalmente se vê
vítima do ogro da motivação diminuída. O fato de que uma bolha perdida de
dúvida se infiltra em sua consciência de tempos em tempos não deve ser causa de
qualquer preocupação indevida. Se, no entanto, você se permitir continuar a
focar em seus medos e dúvidas, eles inevitavelmente aumentarão de dimensão até
ameaçarem dominá-lo.
Mesmo
os melhores campeões – e quero dizer todos eles – experimentam flutuações na
motivação e na confiança. Não se deixe enganar, acreditando que indivíduos
bem-sucedidos possuem algum dom místico e depois arranque os cabelos se
perguntando se você o possui. Nem a motivação de alto nível – e a autoconfiança
associada – é um acidente de nascimento concedido aleatoriamente a alguns poucos
abençoados, mas é, na verdade, uma característica que pode ser cultivada por
qualquer pessoa. Assim como não há mistério envolvendo a relação de causa e
efeito entre exercício intenso e crescimento muscular, também a ciência da
psicologia motivacional estabeleceu claramente as causas mentais que afetam a
motivação.
O papel dos valores
Todos
os fisiculturistas ocasionalmente acham difícil motivar a si mesmos o
suficiente para realizar um ótimo treino. Por uma variedade de razões, que vão
desde letargia ou sentimento de indisposição até um dano mais grave na
vitalidade emocional resultante de problemas no trabalho, com um companheiro,
ou a perda de um valor elevado, um indivíduo pode sentir uma relutância em se
envolver em atividade física mais exigente do que aquela normalmente encontrada
na rotina da vida diária (com aqueles que treinam em excesso cronicamente, tal
aversão é fácil de entender).
Quando
isso acontece, você acha quase impossível se concentrar adequadamente no que
sabe que deveria estar fazendo na academia. Você mal consegue reunir motivação
para fazer qualquer coisa além de apenas realizar os movimentos de um treino, e
os pesos parecem muito mais pesados do que o habitual. Um peso que normalmente
permite que você execute 10 repetições deixa você com dificuldades para
completar até cinco repetições.
Agora
visualize o seguinte cenário: no momento em que você está pronto para jogar a toalha,
um personagem de aparência sinistra se aproxima de você brandindo uma pistola
calibre .38 e grita o comando: "Pegue esse peso e erga pelo menos 10 vezes
ou vou explodir seus miolos!" O que você faz? Por que, é claro, você o
pega e ergue com fervor, não 10 vezes, mas 15.
A
chave para compreender a motivação é o conceito de “valor”. “Valor” é aquilo
que se age para ganhar e/ou manter. A motivação, portanto, é alimentada pelo
desejo de ganhar e/ou manter um valor.
É o
fenômeno da vida que necessita da existência de valores. Todos os objetivos menores
são os meios para esse objetivo final, que é a manutenção desse valor final – a
vida. Quando a sua vida, ou a de alguém que você ama, está em perigo, você se
verá na posse de um potencial de esforço que talvez não soubesse que tinha.
A
mente do homem é constituída de tal forma que ele não consegue manter todo o
seu conhecimento e valores na sua consciência focal. No entanto, para
sobreviver, ele deve ter algum meio de desencadear avaliações instantâneas do
seu subconsciente em resposta às suas percepções das situações que encontra.
Se, por exemplo, ao atravessar uma rua, um pedestre percebe um caminhão virando
a uma velocidade vertiginosa em uma esquina em sua direção, em vez de realizar
um processo de pensamento consciente, seu subconsciente avalia instantaneamente
a gravidade da situação e ele responde automaticamente agindo para segurança.
Fornecer à mente consciente avaliações relâmpagos, evitando ao mesmo tempo
quaisquer processos de pensamento indevidos e demorados, é a função das
emoções.
As
emoções são respostas de valores automatizadas que saem do subconsciente e que,
dentro do contexto do conhecimento e dos valores de um indivíduo, indicam o que
é "a favor dele" ou "contra ele".
A
função motivacional das emoções é evidenciada pelo fato de que cada emoção
possui um elemento cinestésico, ou componente motor, experimentado como um impulso
para o envolvimento em alguma ação relacionada à emoção específica envolvida. O
amor, por exemplo, é uma resposta emocional àquilo que se valoriza mais. Leva
alguém a agir para conseguir contato ou para obter posse desse valor. O medo,
por outro lado, é uma resposta emocional àquilo que ameaça os valores de uma
pessoa e leva-a a evitar aquilo que desperta o medo.
Ao
contrário da opinião generalizada, não existe necessariamente um conflito entre
razão e emoção. Suas emoções, como Ayn Rand deixou claro, são produtos de
suas premissas, ou seja, o pensamento que você fez ou deixou de fazer. Quando
você vivenciar um conflito entre sua mente, consciente e racional, e suas
emoções, verifique suas premissas e encontrará uma contradição.
Se,
por exemplo, você tomou a decisão consciente de que deseja desenvolver um
físico mais musculoso, mas não consegue se motivar para realizar as ações
necessárias, há uma razão. Existe uma premissa de valor (emoção) contraditória
em seu subconsciente que está em conflito com sua decisão de treinar. O
resultado é que você se sente contraditório e sua motivação diminui.
A
solução para tal problema é descobrir a premissa de valor subconsciente que está
na raiz da emoção e desnaturá-la (diminuir a sua potência), desafiando conscientemente
o material ideacional ou cognitivo envolvido. Isto, juntamente com uma
intensificação do material psicológico associado à sua decisão de desenvolver o
seu físico, eliminará, no devido tempo, o conflito e, portanto, o problema da
motivação (aqueles com problemas emocionais e motivacionais graves e crônicos
são aconselhados a procurar a ajuda de um psicólogo competente).
As
ideias discutidas acima representam apenas parte da teoria da motivação humana.
Como o tema da motivação é tão vasto, está além do escopo deste livro tentar um
estudo abrangente e detalhado. Para aqueles que desejam uma compreensão mais
completa deste assunto, recomendo o livro soberbamente escrito de Nathaniel
Branden, The Psychology of Self-Esteem.
Técnicas motivacionais
Os
princípios que regem a motivação e o comportamento aplicam-se a todos. Sendo
isto verdade, mesmo uma análise observacional superficial revela que aqueles
que procrastinam, não têm motivação e têm resultados insuficientes, fazem-no
como resultado dos mesmos conceitos autolimitantes. Como o mecanismo cognitivo-emocional
do homem – a sua mente – é trabalhável, é possível alterar o pensamento e o
comportamento para que se possa tornar mais produtivo.
A seguir
está um esboço de algumas técnicas que podem ajudá-lo a aumentar e manter a
motivação necessária para atingir não apenas seus objetivos de musculação, mas
todos seus objetivos.
1. Focar voluntariamente no positivo.
Mais ou menos na mesma época em que a depressão grave levou William James a
considerar seriamente o suicídio, ele acidentalmente se deparou (enquanto lia
um livro de filosofia) com o conceito de “livre arbítrio”. Posteriormente, ele
entrou num período de introspecção rigorosa, durante o qual reconheceu e
aceitou que possuía, de fato, livre arbítrio, ou controle volitivo sobre seus
conteúdos mentais. Assumindo assim o controle de seu aparelho mental, James
conseguiu livrar-se de sua depressão suicida e tornou-se um escritor prolífico
e um célebre conferencista sobre temas de filosofia e psicologia.
Aqueles
que habitualmente se concentram e se deixam hipnotizar por suas deficiências
físicas, muitas vezes são superados pela inércia à medida que suas baterias de
"vontade" se esgotam. Eles têm o hábito de fugir do contexto completo
de seu conhecimento e ruminar predominantemente no negativo, concentrando-se em
coisas como uma parte corporal fraca, a ideia de que a natureza não lhes
proporcionou uma genética favorável, ou a sua "inferioridade". Isto resulta
inevitavelmente numa diminuição da auto-estima e na diminuição da motivação.
Indivíduos bem-sucedidos, por outro lado, aprenderam a valorizar-se, abraçando
a responsabilidade e o esforço da consciência volitiva. Reconhecendo que
ninguém "tem tudo", eles trabalham com o que têm e tiram o melhor
proveito disso. O grande físico de Boyer Coe, por exemplo, embora sofresse de uma
deficiência no desenvolvimento abdominal, não permitiu que ele ficasse
deprimido. Em vez disso, ele aperfeiçoou o resto do seu físico, para que a
deficiência fosse menos perceptível.
A
capacidade de direcionar pensamentos para o positivo pode ser desenvolvida por
qualquer pessoa. É algo que indivíduos bem-sucedidos em todas as áreas se
treinaram para fazer, estabelecendo, como uma “ordem permanente”, a prática de
monitorar seus pensamentos e emoções. E quando emerge um padrão negativo ou
irracional, eles optam por ignorá-lo - ou desafiá-lo – e voluntariamente geram
um padrão positivo e racional.
2. Uma mudança de atitude causará uma
mudança de efeito. Se você abordar seus treinos compulsivamente, com
uma atitude de "devo", "preciso" ou "tenho que",
eles provavelmente serão improdutivos, desgostosos, e você achará difícil
sustentar a motivação necessária. Ao lembrar-se periodicamente do valor de sua
busca por maior força, melhor aparência, mais vitalidade, maior auto-estima, você
pode criar uma atitude de "eu quero". E com reflexão séria e
contínua, você se convencerá “totalmente” sobre o valor de alcançar seu
objetivo. Quando isso ocorre, a mente e a emoção estão em harmonia, e você se
verá abordando seus treinos de todo o coração, com uma intensidade feroz e uma
atitude de “eu adoraria”.
3. Uma filosofia de “erro”. Não é
incomum que indivíduos tenham problemas motivacionais associados ao medo de se
envolver em uma nova atividade. Sempre que um indivíduo teme tentar uma nova
atividade, isso se deve a uma atitude “perfeccionista” inadequada. Enquanto o
hábito da vida rotineira for mantido, tal indivíduo cometerá relativamente
poucos erros e se sentirá seguro. No momento ao pensar em se aventurar numa
área nova e desconhecida, teme cometer um erro, algo que não aprendeu a
tolerar.
O
fisiculturismo, assim como a vida, é uma jornada que embarcamos de maneira
estranha, com pouco ou nenhum conhecimento. O resultado é que cometemos erros.
O homem é um ser falível e, mesmo à medida que amadurecemos e adquirimos
conhecimento, os erros continuam inevitáveis. Indivíduos bem-sucedidos,
entretanto, veem os erros de forma racional. Em vez de serem desencorajados por
eles, eles passam a considerá-los como ferramentas valiosas de autocorreção que
os motivam a buscar ativamente o conhecimento necessário para alcançar maior
domínio.
Suponhamos,
por exemplo, que após vários anos de treino regular, você ainda não desenvolveu
um físico musculoso. Então um dia você conhece alguém na academia que explica de
forma clara e inteligente a teoria do treinamento de alta intensidade, e você
percebe que está cometendo o erro do overtraining. Em vez de se censurar por
alguma falha moral percebida ou de se tornar hostil à pessoa que corrigiu seu
pensamento, você se esforça para aprender mais e então implementar seu
conhecimento recém-adquirido.
4. Autoavaliação utilizando o padrão
apropriado. Como afirmado acima, uma emoção é uma resposta de um valor
que reflete uma avaliação da relação benéfica ou prejudicial de algum aspecto para
aquele valor. O mais importante julgamento de valor que um indivíduo pode fazer
é aquele que ele transmite a si mesmo, uma vez que afetará necessariamente
todas as suas outras respostas de um valor e, portanto, a sua motivação.
A
auto-estima, um termo amplamente utilizado, mas muito mal compreendido, é o
resultado de uma avaliação positiva que flui do reconhecimento de que alguém
está comprometido com o que é verdadeiro e bom. Implica a sensação de que
alguém é capaz de viver e digno de viver. A necessidade de auto-estima é
inevitável. É inerente a todos e é experimentada como um elemento onipresente,
uma necessidade psicológica básica.
Sendo
a “autoestima” uma avaliação, ela pressupõe um padrão de valor. A qualidade da
auto-estima de um homem - e o grau de sua ambição - dependerá de o padrão que
ele usa ser racional.
A
característica biologicamente distinguível do homem é a razão, ou a sua
capacidade de pensar. Como o homem é livre para pensar ou para fugir desse
esforço, é o uso volitivo ou mau uso dessa capacidade que serve como o único
padrão racional de avaliação da auto-estima. Não é o grau de conhecimento ou
inteligência que importa, mas o compromisso com a razão.
Aqueles
que habitualmente medem sua auto-estima por um padrão comparativo muitas vezes
têm dificuldade em entender por que sua confiança tem altos e baixos. Vivendo
numa sociedade neurótica de comparação, muitos baseiam a sua auto-estima em
quanto dinheiro, quantos carros ou quantos músculos têm em comparação com outra
pessoa. Como a aquisição de valores existenciais depende, até certo ponto, de
fatores sobre os quais não se tem controle volitivo, esse é um padrão
inadequado ou irracional.
Até
que ponto um indivíduo pode desenvolver os seus músculos, como discuti no capítulo
anterior, é uma questão ditada principalmente pela genética, algo sobre o qual
ele não tem controle. Sobre o que ele tem controle é quanto esforço volitivo
ele exercerá para adquirir o conhecimento e desenvolver a motivação necessária
para treinar adequadamente e atualizar seu potencial genético.
Curiosamente,
não é incomum que indivíduos com menos dotes genéticos cheguem mais longe do
que aqueles com mais. Arnold Schwarzenegger e Sergio Oliva são bons exemplos. Apesar
de ter sido “abençoado” com uma abundância quase esmagadora de características
genéticas exigidas, Sergio alcançou sua melhor condição física apenas em
relativamente poucas ocasiões. Arnold, por outro lado, embora fosse menos
dotado que Sergio, usou seu livre arbítrio para sustentar um nível mais elevado
de motivação e, assim, alcançou o auge da condição com mais frequência. Como
resultado, Arnold triunfou na competição sobre Sergio na maioria das vezes.
5. Estabelecimento de metas. O
homem, um ser cujo meio de sobrevivência é conceitual, não pode viver momento a
momento como fazem as criaturas instintivas. Sua capacidade de sobreviver e ter
sucesso em longo prazo depende de sua disposição e capacidade de atingir
objetivos.
Não
importa qual seja o seu objetivo final de musculação em longo prazo, você
achará mais fácil manter a motivação necessária estabelecendo e alcançando
metas realistas de curto prazo. É importante para a sua motivação que você
perceba que ganhar peso muscular é insignificante diariamente ou semanalmente.
O que você pode realisticamente esperar alcançar, treino após treino, é aumento
de força.
Se,
em um determinado treino, você consegue erguer um determinado peso por no
máximo 10 repetições na rosca direta, e no próximo treino você consegue erguer
por 11 repetições, isso deve motivá-lo. O fato de você ter aumentado sua força
em apenas uma repetição significa que algo foi adicionado ao seu bíceps. Se
eles tivessem permanecido os mesmos, você só conseguiria erguer esse pesopor 10
repetições novamente.
6. Conhecimento, certeza e motivação.
Como discuti no Capítulo 1, antes de aprender a teoria do exercício produtivo
do fisiculturismo, considerei seriamente desistir da minha árdua busca por um
físico campeão. Na minha inocência e ignorância, lia revistas sobre musculação
com a suposição implícita de que, se algo fosse impresso, teria que ser verdade.
Sem a menor ideia da natureza do conhecimento teórico e de seu papel na vida do
homem, perdi mais horas do que gostaria de calcular empenhando minha paixão
cega em um esforço que equivalia a empurrar incessantemente uma pedra colina
acima, apenas para vê-la rolar novamente para baixo. Por quanto tempo um
indivíduo perseverará em um esforço tão infrutífero depende de quanta
auto-estima ele possui.
O
conhecimento teórico não é domínio exclusivo dos intelectuais da “torre de
marfim” (mundo acadêmico), mas é, de facto, uma necessidade crucial para a
sobrevivência adequada do homem. Cada parte do seu conteúdo mental é derivada
de alguma teoria, e seu sucesso e felicidade dependem de ser verdade ou falso,
bom ou mau.
O
principal tema filosófico deste livro é que sem uma firme compreensão
intelectual e orientação por uma teoria válida, não se pode ter certeza – não
importa qual seja o campo – de que se está no caminho certo. Um indivíduo
sensato, ao iniciar uma viagem de Los Angeles a Nova York, consultará um mapa,
que é uma forma de conhecimento teórico. Sem isso, ele ficaria perdido, perderia
qualquer certeza e motivação que pudesse ter e encerraria seu esforço ao longo do
caminho.
O
conhecimento, como qualquer outro valor, deve ser adquirido através de um
esforço volitivo. Qualquer pessoa inteligente o suficiente para aprender o ABC,
escrever uma frase ou ler um livro pode, com bastante esforço, integrar e
utilizar o conhecimento contido neste livro. Se você não entender tudo na
primeira leitura, releia e releia até conseguir. Posso assegurar-lhe que as recompensas
– auto-estima, certeza e motivação – serão proporcionais.
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